Pindorama (Batuque De Ĺ)

Pindorama (Batuque De Ĺ)

Fabio Brazza

Длительность: 4:17
Год: 2017
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Текст песни

Tá vendo a maldade do branco, tá vendo o chicote que estrala
Tá vendo o batuque do banto e o canto que vem da senzala
Um povo que já sofreu tanto e ainda assim não se abala
Portanto eu já te garanto, amigo, não tem opressão que lhe cala
A reza e a fé no seu santo, o jeito que a gente fala
De fora até causa espanto, no entanto seguimos que nem mestre-sala
Eu caio, mas eu me levanto, a arte é a prova de bala
É parte do nosso encanto, não tem um país que se iguala, não

Nem tudo que é do Brasil é daqui do Brasil, nega
Mas tudo o que é do Brasil não se pode o Brasil negar
Nem tudo que é do Brasil é daqui do Brasil, nega
Mas tudo o que é do Brasil não se pode o Brasil negar

E o samba que é da Bahia não veio de lá, de lá
E antes de ter Português já tinha Guarani aqui
E esse Brasil que a gente hoje chama de lar, de lar
Nem é assim que se chama, antes era Pindorama Tupi
(Nem é assim que se chama, antes era Pindorama Tupi)

Esse batuque que a gente rebola vem lá de Angola de Congo, Cabinda e Cambondo
Preto quilombola bole feito mola se embala na ginga do jongo
Não tem ginga dura, swinga a cintura, é nosso coringa, é mandinga pura
Seu santo é forte que nem pinga pura e cura o que nem a seringa cura
Não posso negar, eu sou brasileiro, eu sou o tambor do terreiro
Mas também sou o grito de dor que ecoou pelo cativeiro
Eu não posso negar meu roteiro, não, será que um dia a gente vai pagar
Por todo pecado do nosso passado que não se pode apagar jamais?
E desde a cultivo de cana que o preto ainda vai em cana
Mas a mão tirana e toda desgraça vai virar fumaça na raça da raça africana
Não se pode negar o passado hostil, mas podemos mudar o presente
Vamos Brasil, quebra o quadril, mas quebra de vez a corrente, vai

Nem tudo que é do Brasil é daqui do Brasil, nega
Mas tudo que é do Brasil não se pode o Brasil negar
Nem tudo que é do Brasil é daqui do Brasil, nega
Mas tudo que é do Brasil não se pode o Brasil negar
Nem tudo que é do Brasil é daqui do Brasil, nega
Mas tudo que é do Brasil não se pode o Brasil negar
Nem tudo que é do Brasil é daqui do Brasil, nega
Mas tudo que é do Brasil não se pode o Brasil negar
Negar, negar, negar

É preciso saber de onde a gente veio
Pra saber pra onde é que vai, pra saber como é que tá
Mãe lusitana e africana, meio a meio
Mas também bebi no seio da madre Tupinambá
Filho bastardo sem direito à orfanato
Vi o capitão do mato matar mulato na marra
Estupefato com tanto assassinato
A favela é só o retrato de um mal que não desgarra
E o candidato no mandato faz contrato
Praticando estelionato numa audácia tão bizarra
Mais uma vez, é o povo que paga o pato
Lava mão e lava jato e o país vira uma farra
Um triste fato, quem dera fosse boato
Porém esse é o relato que a realidade narra
E o nossa gente aprende com o desacato
Dá um jeito, faz um gato e arranja uma gambiarra
Ou eu combato esse mal de imediato
Ou também como no prato dessa mesma algazarra
Pra ser sensato, eu sou brasileiro nato
E não vou deixar barato essa mão que nos amarra

Hey, hey, hey, hey, hey, hey