De Já Hoje

De já hoje, quando estava no meu rancho
Me chamaram, me pediram que voltasse
Ré dos rumos de onde vim eu fiz retorno
Na esperança de que a vida melhorasse

Juntei pilchas pelos campos e fiz canto
Pois cantando quando vim cruzei caminhos
Nesta volta os meus sonhos de distância
Trazem ânsias de rever o velho ninho

Quando vinha pela estrada de já hoje
Lá no passo esporeei o meu picaço
E na ânsia de chegar saí cantando
Nunca mais eu voltarei pra d'onde eu vim

De já hoje, quando eu vinha pela estrada
Regressando pro rincão onde nasci
Dentro d'alma galopeava uma saudade
E a vontade de encontrar o que perdi

Labaredas de algum fogo galponeiro
Vozes rudes de campeiro como eu
Mãos amigas me alcançando mais um mate
Realidades que a cidade não me deu

Quando vinha pela estrada de já hoje
Lá no passo esporeei o meu picaço
E na ânsia de chegar saí cantando
Nunca mais eu voltarei pra d'onde eu vim

De já hoje, quando ao tranco fui chegando
Na porteira que eu abria quando piá
Vi gaúchos que me olharam de soslaio
Nem ao menos buenos dia hoje se dá

Não vi pasto no potreiro rebolcado
Nem caseiro pra gritar: Passe pra adiante
Não vi erva pra o gaúcho tomar mate
Nem um resto de churrasco pra um andante

Quando vinha pela estrada de já hoje
Lá no passo sofrenei o meu picaço
E esta bruta realidade mata anseios
Que eu sentia nos lugares d'onde eu vim

Eita, tchê

De já hoje, quando eu vinha pela estrada
Retornando do rincão onde nasci
Esporeei o meu picaço e num laçaço
Fui deixando para trás tudo que vi

Quero andar, andar e andar pelas estradas
E avisar quem vem de longe a regressar
Que a mentira vem campeando mil promessas
E a verdade já cansou de cabrestear

Que a mentira vem campeando mil promessas
E a verdade já cansou de cabrestear
Que a mentira vem campeando mil promessas
E a verdade já cansou de cabrestear

Brigado