Mun Rá (Feat. Instituto)
Sabotage
4:36Vai ser preciso muito mais pra me fazer recuar Minha auto-estima não é fácil de abaixar Olhos abertos fixados no céu Perguntando a Deus qual será o meu papel Fechar a boca e não expor meus pensamentos Com receio que eles possam causar constrangimentos Será que é isso, não cumprir compromisso? Abaixar a cabeça e se manter omisso? A hipocrisia, a demagogia Se entregue à orgia, sem ideologia A maioria fala do amor no singular Se eu falo de amor, é de uma forma impopular Quem não tem amor pelo povo brasileiro Não me representa aqui nem no estrangeiro Uma das piores distribuições de renda Antes de morrer talvez você entenda Confesso para ti que é difícil de entender No país do carnaval, o povo nem tem o que comer Ser artista, popstar, pra mim é pouco Não sou nada disso, sou apenas mais um louco Clamando por justiça e igualdade racial Preto, pobre, é parecido mas não é igual É natural o que fazem no Senado Quem engana o povo, simplesmente renuncia o cargo Não é cassado, abre mão do seu mandato Nas próximas eleições bota a cara como candidato Povo sem memória, caso esquecido Não foi assim comigo, fiquei como bandido Se quiser reclamar de mim, que reclame Mas fale das novelas e dos filmes do Van Damme Que teve no Brasil no programa do Gugu Rebolou, viajou, agachou e mostrou o cu Volta pra América e avisa pra Madonna Que aqui não tem censura, meu país é uma zona Não tem dono, não tem dona, nosso povo tá em coma Erga a sua cabeça que a verdade vem à tona É, mantenho minha cabeça em pé Fale o que quiser, pode vim' que já é Junto com a ralé, sem dar marcha ré Só Deus pode me julgar, por isso eu vou na fé! É, mantenho minha cabeça em pé Fale o que quiser, pode vim' que já é Junto com a ralé, sem dar marcha ré Só Deus pode me julgar, por isso eu vou na fé! Soldado da guerra a favor da justiça Igualdade por aqui é coisa fictícia Você ri da minha roupa, ri do meu cabelo Mas tenta me imitar se olhando no espelho Preconceito sem conceito que apodrece a nação Filho do descaso mesmo pós-abolição Mais de 500 anos de anos de angustia e sofrimentos Me acorrentaram, mas não meus pensamentos Me fale quem (quem) tem o poder (quem) Pra condenar (quem), pra censurar (alguém) Então me diga, o que causa mais estrago 100 gramas do verde ou um maço de cigarro? O povo rebelado ou polícia na favela? A música do Bill ou a próxima novela? Na tela a sequela, no poder corrupção Entramos pela porta de serviço, nossa grana não (Tá bom) só pra quem manda bater Pisando nos humildes e fazendo nosso ódio crescer CV, MST, CUT, UNI, CUFA, PCC O mundo se organiza cada um à sua maneira Continuam ironizando, vendo como brincadeira (Besteira) coisa de moleque revoltado Ninguém mais quer ser boneco, ninguém quer ser controlado Vigiado, programado, calado, ameaçado E se for filho de bacana, o caso é abafado A gente é que é caçado, tratados como réu As armas que eu uso é microfone, caneta e papel A socialite assiste a tudo calada Salve, salve, salve, ó pátria amada, mãe gentil, poderosos do Brasil Que distribuem para as crianças cocaína e fuzil Me calar, me censurar porque não pode falar nada É como se fosse o rabo sujo falando da bunda mal lavada Sem investimento, no esquecimento Explode o pensamento, mais um homem violento (Brau!) Que pega no canhão e age inconsequente Ou pega o microfone com um discurso contundente Que te assusta, numa atitude brusca Dignificando e brigando por uma vida justa Fui transformado no bandido do milênio O sensacionalismo por aqui merece um prêmio Eu tava armado, mas não sou da sua laia Quem é mais bandido, Beira-Mar ou o Sérgio Naya? Quem será que irá responder Governador, senador, prefeito, ministro ou você? Que é caçado, e sempre paga o pato Erga sua cabeça para não ser decepado É, mantenho minha cabeça em pé Fale o que quiser, pode vim' que já é Junto com a ralé, sem dar marcha ré Só Deus pode me julgar, por isso eu vou na fé! É, mantenho minha cabeça em pé Fale o que quiser, pode vim' que já é Junto com a ralé, sem dar marcha ré Só Deus pode me julgar, por isso eu vou na fé! Como pode ser tragédia a morte de um artista E a de milhões apenas uma estatística? Fato realista de dentro do Brasil Você que chorava lá no gueto, ninguém te viu Sem fantasiar, realidade dói Segregação, menosprezo é o que destrói A maioria esquecida no barraco Que ainda é algemado, extorquido e assassinado Não é moda, quem pensa incomoda Não morre pela droga, não vira massa de manobra Não me idolatra, filha da puta da Tv Não deixa se envolver pra depois não se foder Pra quê? Por quê? Só tinha paquita loira Continua sem preta como apresentadora Novela de escravo a emissora gosta Mostra os pretos chibatados pelas costas Faz confusão na cabeça de um moleque Que não gosta de escola e admira uma Intratec Click-cleck, mão na cabeça Quando for roubar dinheiro público, vê se não se esqueça Que na sua conta tem a honra de um homem Envergonhado ao ter que ver sua família passando fome Ordem, progresso e perdão Na terra onde quem rouba muito não tem punição É, mantenho minha cabeça em pé Fale o que quiser, pode vim' que já é Junto com a ralé, sem dar marcha ré Só Deus pode me julgar, por isso eu vou na fé! É, mantenho minha cabeça em pé Fale o que quiser, pode vim' que já é Junto com a ralé, sem dar marcha ré Só Deus pode me julgar, por isso eu vou na fé! É, mantenho minha cabeça em pé Fale o que quiser, pode vim' que já é Junto com a ralé, sem dar marcha ré Só Deus pode me julgar, por isso eu vou na fé! É, mantenho minha cabeça em pé Fale o que quiser, pode vim' que já é Junto com a ralé, sem dar marcha ré Só Deus pode me julgar, por isso eu vou na fé!