Rodo Cotidiano
O Rappa
6:14Eu queria chamar no palco directamente de Fortaleza, Ceará O oxente, um arriégua da porra De Rappa pra RAPadura De RAPadura pra Rafinha Vem que vem, queridão Deslancha com a sua poesia Uma salva de palmas, rapaziada Nordestino até o osso Oxé Minhas irmãs, meus irmãos Se assumam como realmente são Não deixe que sua matrizes, que suas raízes Morram por falta de irrigação Ser nortista e nordestino, meus conterrâneos Não é ser seco nem litorâneo É ter em nossas mãos um destino nunca clandestino Para os desfechos metropolitanos Ei nortista, agarre essa causa que trouxeste Nordestino, agarra a cultura que te veste Eu digo Norte, vocês dizem Nordeste Norte Nordeste Norte Nordeste Ei nortista, agarre essa causa que trouxeste Nordestino, agarra a cultura que te veste Eu digo norte, vocês dizem Nordeste Norte Nordeste Norte Nordeste Rasgo de leste a oeste como peste do sul ao sudeste Rap agreste norte-nordeste (epiderme veste) Arranco roupas, verdades poucas, imagens foscas Partindo pratos e bocas, com tapas mato essas moscas (Toma) Eu meto lacres com backs, derramo frases, ataques Atiro charques nas bases dos meus sotaques (oxe) Querem entupir nossos fones (a repetirem nomes) Reproduzindo seus clones se afastem (dos microfones) Trazem um nível baixo, para singles fracos, astros de cadastros Não sigo seus rastros, (negados padrastos) Cidade negada como madrasta, enteados já não arrasta Esses órfãos com precatas (Basta! Ninguém mais empata) Meto meu chapéu de palha, sigo pra batalha Com força agarro a enxada (se crava em minhas mortalhas) (Tive que correr) mais que vocês pra alcançar minha vez Garra com nitidez, rigidez (me fez monstro camponês) Exerce influência, em tendência, em vivência, em crenças, destinos Se assumam, são clandestinos, se negam (não nordestinos) Vergonha do que são, produção sem expressão (própria) Se afastem da criação, morrerão por que são (cópias) Não vejo cabra da peste, só carioca e paulista Só frestyleiro em nordeste (não querem ser repentistas) Rejeitam xilogravura o cordel que é literatura Quem não tem cultura jamais vai saber o que é RAPadura Foram nossas mãos que levantaram os concretos, os prédios Os tetos, os manifestos (não quero mais intermédios) Eu quero acesso direto às rádios, palcos abertos Inovar em projetos, protestos (arremesso fetos) Escuta, a cidade só existe (por que viemos antes) Na dor desses retirantes (com suor e sangue imigrante) RAPadura, eu venho do engenho (rasgo os canaviais) Meto o norte nordeste o povo no topo dos festivais, vai (La-la-la-la-la-la-la-la-la) Ei nortista, agarra essa causa que trouxeste (La-la-la-la-la-la-la-la-la) Nordestino, agarra a cultura que te veste (La-la-la-la-la-la-la-la-la) Eu digo Norte vocês dizem Nordeste Norte Nordeste Norte Nordeste (La-la-la-la-la-la-la-la-la) Ei nortista, agarra essa causa que trouxeste (La-la-la-la-la-la-la-la-la) Nordestino, agarra a cultura que te veste (La-la-la-la-la-la-la-la-la) Eu digo Norte vocês dizem Nordeste Norte Nordeste Norte Nordeste A chama da vela que reza Direto com santo conversa Ele te ajuda, te escuta Num canto colada no chão mas sombras mexem Pedidos e preces viram cera quente Pedidos e preces viram cera quente A fé no sufoco da vela abençoada no dia dormido O fogo já não existe alí, saíram do abrigo São quase nada A molecada corre e corre, ninguém tá triste A molecada corre e corre, ninguém tá Se tudo move, o prédio é santo Se é pobre mais pobre fica Vira bucha de balão ao som de funk E apertada tua avenida A cera foi tarrada Não se admire Se tudo move se o prédio é santo Se é pobre mais pobre fica Vira bucha de balão ao som de funk E apertada tua avenida A-a-a, a tua avenida A-a-a A cera foi tarrada Não se admire La-la-la-la-la-la-la-la-la (Vai, vai, vai) La-la-la-la-la-la-la-la-la (Vai, vai, vai) La-la-la-la-la-la-la-la-la (Eu digo Norte, vocês dizem Nosdeste) Norte Nordeste Norte Nordeste (Ei nortista, agarra essa causa que trouxeste) La-la-la-la-la-la-la-la-la (Nordestino, agarre a cultura que te veste) La-la-la-la-la-la-la-la-la (Eu digo Norte, vocês dizem Nordeste) La-la-la-la-la-la-la-la-la Norte Nordeste Norte Nordeste (Vem, vem, vem) (Vai, vai, vai) (Mais forte, mais forte, mais forte) (Nordeste e Norte) (Mais forte, mais forte) (Vai, vai, vai) Eu digo oxe, vocês dizem oxente Oxe Oxente Oxe Oxente Eu digo arri, vocês dizem égua Arri Égua Arri Égua Eu digo O Rappa e vocês dizem dura O Rappa Dura O Rappa Dura (Vai) Eu digo Norte, vocês dizem Nordeste Norte Nordeste Norte Nordeste Sou côco e faço cocada embolada, bolo na hora Minha fala é a bala de agora, é de aurora e (de Alvorada) Cortando o céu da estrada do nada, eu faço de tudo Com a enxada aro esse mundo e (do estudo faço morada) Sou doce lá do engenho e venho com essa doçura Contenho poesia pura (a fartura de rima eu tenho) Desenho nossa cultura por cima e não (por debaixo) Tu não sabe o que é isso? Isso é O Rappa e o RAPadura Ei nortista, agarra essa causa que trouxeste Nordestino, agarra a cultura que te veste Eu digo Norte, vocês dizem Nordeste (Vai, sai do chão) Norte (Vai, vai, vai) Nordeste Norte Nordeste Ei nortista, agarra essa causa que trouxeste Nordestino, agarra a cultura que te veste Eu digo Norte, vocês dizem Nordeste Norte Nordeste Norte Nordeste E o melhor daqui já foi, já foi E o melhor daqui já (Bora lá, na palma) E o melhor daqui já foi, foi, foi Chuva de gente estranha cai, cai, cai O nosso bucho fica pra depois E o que foi, já foi, não vai voltar jamais E o melhor daqui já foi, foi, foi Chuva de gente estranha cai, cai, cai O nosso bucho fica pra depois E o que foi, já foi, não vai voltar jamais O cabra não falar inglês, dizem que sou abestado Pois não tenho atestado e só falo nordestinês Tu rai me dai, o rale dei Ta ralendo, rela lá atrás A barrela já tá demais, é um rai e rem que nunca acaba É uns que sobra, outros desaba E o que foi não volta mais Oxe