Só Deus Pode Me Julgar
Mv Bill
6:57Não somos poucos e somos muitos loucos Guerreiro é guerreiro de noite e de dia Lailá, lailá, lailá MV Bill, Charlie Brown Jr. conexão Rio-Santos Mexeu com a família, agora se vira Segura a sequência, segue a quadrilha (Vem, vem, vem, hã) Toda vez é a mesma história, criança correndo Mãe chorando, chapa quente Tiro pra todo lado, silêncio na praça Um corpo de um inocente Chega a maldita polícia, chega a polícia e o medo é geral Armado, fardado, carteira assinada Com ódio na cara, pronto para o mau Mais um preto que morre, ninguém me socorre A comunidade na cena, a arma dispara O pânico aumenta, parece até cinema, não é, é real As armas não são de brinquedo Quando a polícia invade a favela espalha terror e medo É gente da gente que não nos entende e usam de violência Um corpo estendido no chão, ao lado de uma poça de sangue Consequência do despreparo daqueles que eram pra dar segurança Que ganham aumento por bravura quando tudo termina em matança Refém do medo, guerreiro do inferno, guiado por Jesus Na escuridão tentando, buscando, achar uma luz E por falar, fazendo uma curva, uma viatura Vou ter que dar uma parada porque agora vou ter que levar uma dura Como sempre acontece, tapa no saco, me chamam de preto abusado Documento na mão, vinte minutos depois eu 'to liberado É complicado ser revistado por um mulato fardado Que acha que o preto favelado é o retrato falado Sempre foi assim (sim) covardia até o fim (sim) A porrada que bate na cara não dói no playboy burguês, só dói em mim Programado pra matar (pá-pá) Atira e depois vai perguntar se ele trabalhava ou se traficava Só sei que deitado no chão ele 'tá E gera a revolta na cabeça da comunidade Que é marginalizada pela sociedade Que se cala escondida no seu condomínio Na favela ainda impera a lei do genocídio Noventa por cento da população não anda de arma na mão Não confia na proteção vindo de camburão Vê fuzil na mão, fica deitado no chão Quando o ódio dominar não vai sobrar ninguém O mal que você faz reflete em mim também Respeito é pra quem tem, pra quem tem Quando o ódio dominar não vai sobrar ninguém O mal que você faz reflete em mim também Respeito é pra quem tem, pra quem tem Autoridade vem e invade sem critério nenhum Som na sirene, cheiro de morte, derrubaram mais um Na frente do filho eles quebraram o pai O Zé Povinho fardado vem, entra, mata e sai Sem ser julgado, corrompido, alienado Revoltado, fracassado vai pintando esse quadro O quadro do filme da sua vida O quadro de vidas e vidas da maioria esquecida Decorrente do descaso e da corrupção Moleque cresceu, não tinha emprego, então virou ladrão Menor bolado por aqui tem de montão Morre um, nasce um monte com maior disposição Do pensamento de todos aqueles que as leis das favelas são fiéis A revolta te consome da cabeça aos pés Do pensamento de todos aqueles que as leis das favelas são fiéis A revolta te consome da cabeça aos pés É a falta de perspectiva Sem a possibilidade de escolher o que é melhor pra sua vida E que gera a revolta na cabeça da comunidade Que é marginalizada pela sociedade Que se cala escondida no seu condomínio Na favela ainda impera a lei do genocídio Sua dura vida lhe ensinou a caminhar com as próprias pernas Resta agora você se livrar do mal que te corrói e te destrói Porque o crime não é o creme, bota a cara, Mister M Qualé, mané, o que que há? Vacilou, virou Mun-ha Porque o crime não é o creme, bota a cara, Mister M Qualé, mané, o que que há? Vacilou, virou Mun-ha Quando o ódio dominar não vai sobrar ninguém O mal que você faz reflete em mim também Respeito é pra quem tem, pra quem tem Quando o ódio dominar não vai sobrar ninguém O mal que você faz reflete em mim também Respeito é pra quem tem, pra quem tem Não é somente favela que é condenada a viver a luz de vela Tática de guerra, tiro, lama e terra Capitão do mato, seco pra atirar e não erra Depois que descobre que o cara deitado no chão era inocente Revolta na mente, favela que sente Ódio que toma conta de muita gente Todo mundo pra rua querendo botar fogo no pneu Querem se manisfestar, porque alguém morreu Só a mãe que vai chorar, sabe o que perdeu Tem rua fechada, carro parado, camisa na cara, piloto assustado Relógio roubado, busão 'tá quebrado, neguinho bolado, caminhão saqueado Batalhão de choque de porrete na mão Tiro pro alto para assustar a multidão Tira o pino da granada de efeito moral Nessa hora todo mundo apanha igual marginal E chega o BOPE de preto botando geral pra correr Sai voando se não quer morrer, se pegar te esculacha Bomba de gás, bala de borracha A manifestação que era para ser contra a violência Deixa mais ferido como consequência Bota a molecada para casa, tira a barricada Pista liberada, não acontece nada, multidão se cala, um já foi pra vala Tudo o que acontece na favela não abala a ninguém Pedir ajuda a quem, veja o que tem, o povo tá sem, somos do bem Faltando alguém, só resta o choro e lamento da família e dos amigos Que perderam um ente querido procura a Deus e diga amém De boca fechada para o seu próprio bem Teve um menor de camisa na cara Que deu uma pedrada no guarda que tava baixando a porrada E quem não aceitava que aquilo rolava, o morro chorava Mais um episódio que não deu em nada Só mais uma confusão e gente machucada Favela ocupada, medo dominando Quem é trabalhador que fica em segundo plano Seguem matando, o povo enterrando Imposto pagando, desacreditando Justiça clamando, por Deus implorando Por almas orando, com a vida jogando Favela ocupada por uma semana vivendo em clima de tensão Quem tenta esquecer não consegue se lembrar Quando vê o sangue no chão A comunidade ainda assustada aos poucos retorna ao seu dia-a-dia A lágrima seca e a mente prepara O corpo para a próxima covardia Quando o ódio dominar não vai sobrar ninguém O mal que você faz reflete em mim também Respeito é pra quem tem, pra quem tem Quando o ódio dominar não vai sobrar ninguém O mal que você faz reflete em mim também Respeito é pra quem tem